Obama vai avaliar proposta russa sobre armas químicas da Síria

Por John Whitesides e Mark Felsenthal

WASHINGTON, 9 Set (Reuters) - O governo dos Estados Unidos intensificou nesta segunda-feira a pressão para que o Congresso aprove um ataque à Síria, mas também está examinando atentamente uma proposta russa que colocaria o arsenal químico sírio sob controle internacional.


O presidente norte-americano, Barack Obama, concedeu seis entrevistas televisivas nesta segunda-feira e na terça-feira vai ao Congresso para tentar convencer parlamentares céticos sobre a necessidade de punir o governo de Bashar al-Assad pelo suposto uso de armas químicas contra civis.

A ex-secretária de Estado Hillary Clinton, possível candidata presidencial democrata em 2016, entrou no debate manifestando apoio à ação militar. Ela disse que a entrega das armas químicas seria um "passo importante", mas que isso só poderia ocorrer "no contexto de uma ameaça militar crível por parte dos Estados Unidos".

O chanceler sírio, Walid al-Moualem, disse "saudar" a proposta russa. Grã-Bretanha e França manifestaram apoio preliminar, e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse que o Conselho de Segurança deveria examinar a questão.

A oferta russa surgiu horas depois de o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, sugerir em Londres, respondendo à pergunta de um jornalista, que Assad poderia evitar uma ação militar se entregasse seu arsenal químico.

Uma fonte oficial disse que a declaração de Kerry foi meramente retórica, mas que o secretário posteriormente conversou sobre o assunto com seu colega russo, Sergei Lavrov, dizendo-lhe que via a possibilidade com ceticismo, mas que examinaria qualquer proposta séria.

Integrantes do governo Obama disseram, porém, que o esforço russo não deveria ser um pretexto para que o Congresso adiasse a autorização para a ação militar.

"É importante observar que essa proposta vem no contexto da ameaça de ação dos EUA e da pressão que o presidente está exercendo", disse o assessor-adjunto de segurança nacional da Casa Branca, Tony Blinken, a jornalistas.

A proposta russa poderia dificultar a arregimentação de apoio político a uma ação militar por oferecer uma justificativa a parlamentares que dizem preferir dar curso ao processo diplomático.

Uma pesquisa Reuters/Ipsos divulgada nesta segunda-feira mostrou também que, em relação à semana anterior, subiu de 53 para 63 o percentual de norte-americanos contrários ao envolvimento dos EUA na guerra civil síria.

(Reportagem de Arshad Mohammed, Susan Heavey, Caren Bohan, Richard Cowan e Deborah Charles)

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